
Uma da situações mais comuns que escuto no atendimento das clientes é a narrativa do desconforto e humilhação que sentem quando –envergonhadas e após muito tempo de suportar essa situação sozinha – uma mulher entra em contato com o pai para falar sobre a contribuição dele no sustento do filho.
Em um mundo ideal essa conversa não precisaria existir. Homens seriam conscientes dos seus deveres enquanto pais e participariam ativamente no sustento e cuidado da sua prole, desde a gestação. Todavia, no mundo machista que vivemos, a mulher é quase sempre a principal (senão única) referência afetiva dos filhos, sendo responsável por grande parte de seus cuidados e, em muitos casos, também pelo sustento exclusivo.
Essa triste realidade sobrecarrega financeira e emocionalmente a mulher, obrigando-a a fazer diversas renúncias pessoas e profissionais. Tal sobrecarga se estende, inclusive, à família materna, que frequentemente substitui o genitor nos deveres de cuidado e amparo financeiro.
O pior, contudo, é o momento em que o genitor é chamado para participar no custeio dos gastos do próprio filho.
Algo que deveria ser espontâneo da parte do homem se torna um verdadeiro constrangimento para a mulher, que é colocada em uma posição de quem pede um favor, quando na verdade se trata de uma obrigação amparada por lei. As desculpas são diversas: existência de outros filhos, dificuldades financeiras, priorização da própria carreira, e apenas reforçam a ausência do compromisso paterno, como se as necessidades de uma criança pudessem aguardar a boa vontade dele– ou a justiça – ambas lentas.
O que fazer então?
Procure a sua advogada de confiança e delegue a ela essa atribuição. Em regra, o homem sem consciência de seus deveres paternos não será sensibilizado por um pedido da própria mãe, cuja tentativa servirá apenas para gerar (outra) frustração.
Por mais desgastante que possa ser, não deixe de buscar o direito de seu filho.
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